terça-feira, 13 de outubro de 2009

Continuação da festa do encontro da família CastroHolanda 04/10/2009







































Cerimonial do 1º Encontro dos Castroholanda

Primeiro encontro dos Castros – Castroholanda
( 03 de outubro de 2009)

Boa Noite, Sejam todos bem-vindos! Agradecemos de antemão a presença de vocês, pois sem vocês não haveria encontro, não haveria festa.

Pensar em fazer o encontro da família Holanda Castro, descendentes de Antônio de Castro Sobrinho e Laura Holanda de Castro, nos pareceu uma boa idéia, e nesta noite, da primeira lua cheia de outubro, estamos aqui, realizando o 1º encontro da Castroholanda, nome nascido com a criatividade de Afrânio Gurgel, marido de Tereza Núbia , genro de Maria, que muitos conhecem como Maria de Egídio

Que Antônio e que Laura nós conhecemos? Antônio de Castro era um homem justo, honesto, viveu para a família! Não bebia , coisa que seus descendentes adoram, fumavam um charuto, coisa que seus filhos não gostavam , mas mesmo assim saiam correndo atrás do charuto, todas as vezes que faltava. Era um homem moderno, mente aberta, gostava de ver as jovens vestindo biquíni, desde que não tivesse as pernas tortas, comentário que fazia todas as vezes que via alguma desprovida de beleza. Foi comerciante exportador de cera de carnaúba, algodão, oiticica e peles de animais. Dono de um armazém, na Av. dom Aureliano Matos,hoje armazém de João Raps, centro da Cidade de Limoeiro, onde vendia em atacado , do querosene à rapadura. Foi por muitos anos Presidente do Pão de Santo Antônio .Trabalhou na frente de serviço na seca de 1932, no Espinho, como cozinheiro, de onde vinha a pé, todas as noites, trazendo os mantimentos para a família, retornando pela madrugada. Gostava de jogar baralho, de comida salgada, jogando sal nas panelas todas as vezes que minha avó se descuidava e não gostava de feijão e eu acho que ele não gostava de tomar banho pois colocava uma toalha no ombro e ficava remanchando, remanchando até não ter mais saída. Assim era o nosso avô Criou 16 filhos entre eles residem em Limoeiro, Chico de Toim , como todos conhecem, Juliêta Chaves, esposa de Alcides Chaves e Luzanira, que reside na casa onde residiram seus pais , Antônio e Laura .

Laura era uma mulher trabalhadora, cumpridora dos deveres domésticos e muito severa com os filhos e com ela mesma. Dizem não sei, que ela tinha preferência pelos filhos homens. Pelo filho mais velho, Chico de Toim, meu pai, com certeza ela tinha . Imaginem vocês, que ela morreu em dezembro de 1980, e deixou o presente de Natal do meu pai, para o Natal de 1981. Teve muitas dificuldades com a visão, era portadora do glaucoma, doença herdada por quase todos seus filhos e alguns netos, que já fazem controle da pressão ocular. Fez uma operação em Campinas - SP, mas sem muito sucesso. Cegou completamente, vivendo mais de 20 anos na eterna escuridão e acreditando que um dia enxergaria. Mesmo assim controlava com os pés a poeira do chão e com as mãos a poeira dos móveis, das soleiras das janelas, o tamanho das saias e das blusas que usávamos. Arrumava a pia de cozinha com tanta perfeição que ninguém se recusava a lavar os pratos. Fazia pururuca melhor do que os mineiros e espécie para ninguém botar defeito. Nossa avó gostava muito de tagarelar, só parava quando nosso avô chegava. Dizem que ela era racista! Era uma mulher de muita fé, corajosa, decidida, e por que não dizer valente, defendendo as suas crias com todas as garras.

Aqui vieram os que puderam, alguns residentes em São Paulo , a maioria em Fortaleza e outros aqui em Limoeiro. Com certeza muito deles devem ter pensado e tido a mesma sensação que teve Luiz Guimarães quando fez esse poema:

Como a ave que volta ao ninho antigo
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo.

Entrei. Um gênio carinhoso amigo,
O fantasma talvez do amor materno,
Tomou-me as mãos, olhou-me grave terno,
E, passo a passo, caminhou comigo.

Era esta sala... (Oh! Se me lembro! E quanto!)
Em que da luz noturna à claridade
Minhas irmãs e minha mãe... O pranto

Jorrou-me em ondas... Resistir quem há-de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade.


Seria muito bom se nesse momento aqui estivessem os 194 membros que atualmente formam a família Holanda Castro! Impossível? Talvez hoje, mas quem sabe, se não vamos gostar da idéia, divulgá-la junto aos outros, e calendarizarmos anualmente o encontro da família, com os 140 descendentes diretos de Antônio de Castro e Laura Holanda, e os 54 companheiros e companheiras que o destino colocou no caminho dos Holandas Castros?
Mas por onde começar mesmo a nossa festa? Homenageando aqueles que não puderam vir, mas não vieram por que não estão mais entre nós: Antônio de Castro Sobrinho, Laura Holanda, Titonho, tio Luis, tia Alice, Maria Eduarda Cavalcante Barros , os companheiros Vilmar,Miranda,João Pinheiro, Francisco de Assis Andrade, Alcides, Egídio, Conceição e Carmelita Braga.
Vamos ficar de pé, e de mãos dadas, com a intercessão de Santo Antônio, convido a todos, a pedir a misericórdia de Deus Pai, para aqueles que partiram para a vida eterna... a agradecer a Deus Filho a nossa vida e a oportunidade de estarmos aqui nessa noite ... e a invocar ao Deus Espírito Santo, sabedoria e justeza para as nossas tomadas de decisões, rezando um Pai Nosso e uma Ave Maria.
E como diz , o padre Pitombeira, interpretando o pensamento de tia Luda :
“Meu jardim é um livro de oração e de alegria.
Agradeçam comigo, este dom de mais um dia”

Rezemos, pois Pai Nosso... Ave Maria...

Como começou a nossa estória, a estória dos Holanda Castro aqui em Limoeiro do Norte? Quem somos, quanto somos o que fazemos?(Fogos)
Tudo começou em plena cheia de 24, no dia 7 de março , quando Antônio de Castro Sobrinho, filho de João de Castro Moura e Maria José de Castro se casou com Laura de Hollanda ( maneira como se encontra no documento), Filha de Vicente Fernandes da Silva e Maria Amélia de Hollanda( vó neném ou vovozinha, como muitos a chamavam). Segundo alguns os documentos, ambos residiam em Coberto Grande, ele com 22 anos e ela com 24 ...Por acaso foi meu avô, pai “Loloi, seduzido pela minha avó, mãe Loloi..., como os chamavam os filhos de tia Alice ? Mas na verdade, mesmo morando no coberto, a partir daquele 7 de março de 1924, dormiram descobertos por muitos anos, pois dessa união nasceram – 8 homens e 8 mulheres , que se criaram e uma menina, Juscileide, que faleceu com 10 meses de idade. O que equivale dizer que a minha avó passou 12 anos e 9 meses da vida dela carregando menino na barriga.
De repente já não eram só os dois, seu Toinho e dona Laura , eram 18 ...! Em 21 anos se multiplicaram e como...! A família cresceu... e ao longo dos 85 anos que nos separam hoje, daquele 7 de março, chegamos a 221 membros: 16 filhos, 47 netos, 61 bisnetos, 20 trinetos e 77 companheiros ou companheiras, para não dizer agregados.
Considerando que tia Mundinha , tia Margarida e tia Luda ficaram no “caritó” e não obedeceram ao princípio bíblico,”crescei e se multiplicai” a família Holanda Castro é pois o resultado da união de 13 descendentes, com as famílias Freitas , Nogueira Osterne, Nunes de Andrade,Mello Borner, Maia, Franco Pinheiro, Sousa Chaves, Saraiva, Rodrigues, Braga, Gonzaga, Frota, Oliveira,Magalhães e Carneiro.
O tempo passa, e através de 38 netos e netas , já que 07 dos 47 , serão eternamente titias e titios...Iolanda, Tânia, Laura, Cláudia,Lélia,Juliana, Ricardo, todos com mais de 40 anos... e 02 jovens demais para pensarem em casamento, Márcio e Gisele, filhos de Tio Raimundo , outras famílias foram agregadas, e serão agregadas, muitas delas ultrapassando os limites do município de Limoeiro e até mesmo as fronteiras do Estado do Ceará: são a família Conrado, Eduardo Bezerra, Holanda, Nogueira Matoso, Silva , Moreira, Barros , Braga, Carvalho, Pinheiro, Araújo, Oliveira, Costa Miranda, Rodrigues Mororó , Maia Gurgel, Sanches, Almeida, Sousa, Pinto, Leitão Monteiro, Nunes, Andrade, Santiago, Félix , Osterne, Mendes Brito, Moura, Ferreira, Faria Fernandes, Augusto Friggi, Silveira,Gomes de Andrade e Vieira Fortaleza.
Isso caros familiares sem contar os netos de Antônio de Castro e Dona Laura que existem entre São Paulo e Limoeiro , já que Chico de Toim, tio Luis , Titonho e tio Zé fizeram essa rota por muitos anos, como motorista de caminhão, de propriedade de Seu Toim. Muitos de vocês se lembram do Dragão do Mar, que enfrentou a BR 116, sem asfalto, mas em compensação sem assalto.

E mais famílias passam a fazer parte dos Holanda Castro através da união dos bisnetos, com famílias que muitas das vezes já fazem parte da genealogia da família ou com outras que estão se agregando pela primeira vez : Leandro, Amorim, Duarte, Régis, Galdino, Cavalcante, Lima, Fiorino Picolo, Frejuelo Matheus,Ventura , Alencar e Nasser .
Vai parar por aqui? Claro que não! A família continuará crescendo independente da contribuição da geração dos trinetos que atualmente são 20, mas são muito jovens, pois não ultrapassam os 21 anos de idade, como os 14 bisnetos de Chico de Toim , entre eles as gêmeas, Sâmia e Sâmara Leandro Costa Castro, único caso na família, filhas de Francisco Eudes Freitas de Castro Júnior e netas de Chico Eudes e os 06 bisnetos de Tia Alice, entre eles Gabriela Nogueira Matheus com 8 anos de idade, filha de Rafaela Carvalho Nogueira e neta de Lauro Marcos de Castro Nogueira. Vamos aguardá-los.
Abro um parêntese na seqüencia do meu pensamento para dizer um fato curioso : em dois momentos diferentes foi dito nessa família - meu neto dá cá teu neto. O primeiro momento quando Vó Neném, disse para Chico de Toim, que era seu neto, “ me entregue o seu neto” , no caso Fernanda Ney, filha de Eudes. E o segundo momento quando o Vovô Antônio de Castro, diz para Eudes, seu neto, “ me entregue seu neto “, no caso Duílio, filho de Fernanda Ney .
Continuando.
O conceito de família que nós consideramos foi o mais simples possível, desprovido de qualquer cunho sócio-científico. Tomamos como referencial o agrupamento formado por indivíduos com
ancestrais em comum ou ligados por laços afetivos. A nossa concepção é mais ou menos a do ” Rapa”
"Família é quem você escolhe pra viver
Família é quem você escolhe pra você
Não precisa ter conta sanguínea
É preciso ter sempre um pouco mais de sintonia".

O meu avô e a minha avó a quem não tive o prazer de assim chamá-los, pois eles eram os padrinhos do neto mais velho , meu irmão , Francisco Eudes Freitas de Castro, que os chamavam de padrinho e madrinha, nos influenciou a assim também chamá – los, e até hoje na nossa casa ainda dizemos muito ” mamãe vou lá em padrinho , mãe , vou lá em madrinha. Isso mostra o quanto eles marcaram o espaço, pois as suas ausências não apagaram o rastro que deixaram em nossas vidas. Além de terem marcado o espaço marcaram, principalmente a minha avó , a própria família, pois temos 3 netas com o nome de Laura - Maria Laura de tia Alice, Laura de Tio Luis, Ana Laura de Titonho e uma bisneta , Laura, filha de Hélia, neta de tia Carmelita e dois Antônio – Roberto Antônio, filho de Tio Tonho e Luis Antônio, filho de Tio Luís Acho que tivemos na nossa família um exemplo de matriarcado. Era a minha avó quem chamava os meus tios, cedinho da manhã , para tirarem o leite das vacas, com ressaca ou sem ressaca. Era a minha avó quem reclamava quando chegávamos tarde da noite, eu e a tia Luda. Era a minha avó quem chamava os filhos e até mesmo os netos para os canteiros de cebola, coentro, tomate, pimentão, de manhazinha, na hora de regar as plantas. Para quê ? Para ajudá-la? Nada disso, para dar conselhos, ou dar carões!

Quem de vocês foi chamado para os canteiros? Eu nunca fui! Eudes eu sei que foi! Vocês se lembram onde eles ficavam? Ficavam mais ou menos onde temos hoje o dek do Clube da Bengala. Clube da Bengala.... quem nunca veio aqui deve está se perguntando:
- por que será que tem esse nome ! Estará a família tão velha assim, para usar bengala, e lá se reunir cada um com a sua ?Não, a família não, está tão velha assim! Apenas 15% dos membros da família, está na fase da melhor idade – 28 membros. Melhor idade!!! Melhor idade é de fato quem está na faixa de 26 a 60 anos, essa idade sim, e 53 % dos nossos familiares estão aí, ou seja 97 pessoas. Ou será que a melhor idade é a dos que tem entre 13 e 25 anos? Talvez sim , jovem, numa sociedade libertária, com o estatuto da criança e do adolescente sobre as cabeças, chegando a hora que quer, fazendo o que dá na telha, com muitas oportunidades de crescerem e sem ter a vó Laura, para chamar para os canteiros. A família conta com 19% dos membros nessa faixa – 35 pessoas , e apenas 13% na fase de criança - 24 crianças cheias de vida e de esperança.

(Distribuir os cartões do Blog do Clube da Bengala)
Mas voltando ao nome Clube da Bengala! Esse nome nos vem à cabeça quando um dos nossos freqüentadores mais assíduo, e um grande amigo da família, o padre Pitombeira, começou a dizer:
- qualquer dia estaremos vindo com bengala, nas nãos, sem força nas pernas, corpo curvado. Daí surgiu a Idéia, mas até agora só Beatriz usa a bengala, apesar de ter gente que precisa.
O clube da Bengala é de fato o recanto de tia Luda, e nos 25 anos do clube foi dito que o clube da bengala é o seu fiel confidente, pois guarda todos os seus segredos, e que ele se orgulha de ser seu refúgio e seu melhor companheiro, seu melhor amigo.
O clube possui o seu blog e espera ser visitado por todos você clubedabengala.blogspot.com.
E para homenagear toda família Luzanira mandou fazer uma bengala para cada filho de Antônio de Castro e Laura
Vamos explicar como será feita a entrega,
Chamaremos o nome do irmão que vem acompanhado da companheira ou companheiro, quem não tiver escolhe um filho ou filha, quem não tiver escolhe um irmão ou irmã ou outra pessoa.
Depois da entrega da bengala, chamaremos os filhos do casal com os companheiros ou companheiras; depois os netos, também com os respectivos,; os bisnetos também acompanhados de esposos, esposas ou namorados e namoradas e por último os trinetos. Serão feito fotos em cada um dos quadros apresentados e cada um se apresentará dizendo o próprio nome, de quem é filho, ou marido ou mulher de quem, ou seja se identifica. Após as fotos permanece no palco improvisado somente o filho ou filha, para que possamos fazer a foto final com todos os filhos.

Quero chamar a atenção da família para a faixa “Entrai! Pisai firme! No vosso coração se acenderá uma lembrança: aqui eu vivi feliz”

Termos agora o jantar. (Música – MPB) Após o jantar a palavra será facultada, e teremos as istórias de família contada pelo próprio sujeito da istória ou por alguém da família. É o momento de você falar de suas lembranças.

Terminaremos o nosso encontro com o que mais caracteriza o Clube da bengala – CARNAVAL TRADICIONAL.

Iolanda Freitas de Castro
Limoeiro do Norte, 03 de outubro de 2009



1º Encontro da Família CastroHolanda 03/10/2009